Conquista inédita na pecuária nacional abre portas para mercados mais exigentes e solidifica posição do país como gigante agropecuário global.
Um marco revolucionário para a pecuária nacional foi oficializado. O reconhecimento internacional do status de país livre de febre aftosa sem vacinação representa uma conquista histórica para os produtores rurais e para toda a nação. Este novo patamar sanitário consolida anos de esforço e dedicação de diversos setores.
O anúncio oficial ocorreu na quinta-feira, 29 de maio de 2025, em Paris, durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA). Uma importante comitiva de representantes do Sistema CNA/Senar, incluindo o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, e o vice-presidente de Relações Internacionais, Gedeão Pereira, acompanhou o feito na capital sa. A senadora Tereza Cristina, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, também estiveram presentes, ressaltando a união de esforços.
Anos de Esforço Conjunto e Perspectivas de Mercado
Para João Martins, da CNA, o novo status sanitário é o resultado de uma campanha de anos e de um trabalho conjunto entre pecuaristas, federações, sindicatos, estados, governos e políticas públicas voltadas à erradicação da doença em todo o território nacional. “Mais do que nunca, o Brasil pode vender carne, um produto de altíssima qualidade, para qualquer país do mundo”, afirmou Martins, destacando o potencial de o a mercados mais exigentes e que pagam mais pela carne.
Gedeão Pereira, vice-presidente da CNA, enfatizou que, com esse avanço, cresce a responsabilidade do setor público, privado e, especialmente, dos produtores rurais, considerados os verdadeiros protagonistas. “Todo o setor de carne se beneficia desse progresso. Temos que cuidar do nosso rebanho ainda mais”, pontuou, lembrando que o mercado internacional demanda quantidade, rapidez e qualidade. A senadora Tereza Cristina reiterou a necessidade de vigilância contínua para manter o status concedido pela OMSA, agradecendo a todos os envolvidos no processo de erradicação e monitoramento da febre aftosa. Marcelo Bertoni, presidente da Famasul, salientou que este reconhecimento reforça a imagem do Brasil como produtor consciente, responsável e que preserva o meio ambiente, abrindo novas portas para os produtores.
Plano Estratégico e Vigilância Contínua
O reconhecimento internacional é fruto de um esforço conjunto e de ações coordenadas, alinhadas ao Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), que conduziu a retirada gradual da vacina. Estudos soroepidemiológicos, realizados ao longo de cerca de dez anos de execução do PNEFA, comprovaram a não circulação do vírus no país, condição essencial para o reconhecimento pela OMSA.
Apesar da retirada da vacinação, o Brasil manterá rigorosas ações de vigilância e controle sanitário do rebanho. A CNA reforça o papel fundamental dos pecuaristas e seus colaboradores, que são a linha de frente e têm a responsabilidade de notificar o Serviço Veterinário Oficial (SVO) em caso de qualquer suspeita.